Compartilhar um segredo é um risco. Sempre me dei mal. Parecia que o segredo tinha desejo de liberdade e escapava das mãos, do bolso, da cabeça, da boca, do corpo todo de quem o ouviu. Saíam livres, revelados, dançando no meio da sala cheia de visitas ou na mesa da cozinha, bem na hora das refeições familiares. Faziam questão de se expor em público. Humilhação. Pedir que não os contassem a ninguém era efeito Coca-Cola com Mentos.
Depois de tantas traições, resolvi eu mesma guardá-los. Era a única que sabia cuidar deles, sem excessos de gorduras trans, açúcares ou energizantes. Nutria-os com uma dieta tão balanceada, que acabaram se multiplicando. Tornei-me uma boa guardiã. Mesmo sem contar a ninguém, a notícia se espalhou. Isso aconteceu devagar, porque é preciso tempo para as pessoas perceberem o que está debaixo dos próprios narizes.
O trânsito dos segredos parece plantão de pronto atendimento hospitalar. O turno muda, as pessoas se revezam, mas o serviço está sempre disponível. Segredos passam de casa em casa sem hora certa para chegar. Transitam por bares, escolas, academias, ligações telefônicas, qualquer lugar em que haja duas ou mais pessoas reunidas. Quando escapam, é um estardalhaço. Alguém sempre se machuca. Geralmente, aquele que contou o segredo, imaginando que seria bem guardado. Como eu.
Acontece que cada pessoa pensa de um jeito. Algumas querem que seus segredos ganhem mundo, mesmo se dizem para não os espalhar. Não entendia como era possível uma coisa dessas. Para mim, segredo era secreto mesmo. Foi preciso que muitas pessoas me dissessem muitos segredos por muito tempo antes de perceberem que eu realmente os guardava. Até que um dia, alguém percebeu, e a notícia se espalhou.
Isso não foi nem bom nem ruim, só foi o que aconteceu. Ruim mesmo foi ver meus próprios segredos se multiplicando dentro mim. Por mais que cuidasse deles, aliás, justamente porque cuidava tão bem deles, o espaço foi ficando pequeno para tantas histórias juntas. Minhas tristezas, inseguranças, dúvidas, dívidas, meus medos, desejos, sonhos faziam tanto barulho que me tiraram o sono. Eu tinha um problema.
Parei de conversar com as pessoas, parei de sair e quase parei de falar. Quase, porque, logo antes de meus segredos explodirem, eu gritava um “Chega!”, e eles sossegavam. Não por muito tempo. Meu grito não passava despercebido por quem estivesse ao meu lado. Vi pessoas me olharem com olhos arregalados e, com sorrisos amarelos, darem aquela afastadinha de perto de mim. E foi assim que, em vez de falar com os outros, comecei a falar sozinha. Essa notícia, claro, espalhou-se.
Pronto, agora eu tinha dois problemas: um mundo de segredos apertados dentro de mim e um monte de pessoas do lado de fora, dizendo que eu estava doente. Talvez estivesse mesmo, afinal, eram vozes demais dando opiniões, dentro e fora de minha cabeça, e ninguém que soubesse cuidar de um segredo meu.
Falar sozinha virou constante: “Silêncio!”, “Parem de me amolar!”, “Podem ficar quietos para eu dormir?”, “Por que não se comportam como os segredos dos outros se eu cuido de vocês exatamente do mesmo jeito?”, “Por que estão gritando tanto?”, “Por favor, fiquem quietos só um pouquinho...”, “Se me deixarem em paz só por algumas horas, prometo fazer um brigadeiro!”. Silêncio. Total. Por exatas algumas horas. Então, o remédio tinha nome: brigadeiro.
Ao descobrir o antídoto para silenciar meus próprios segredos alvoroçados, percebi que os dos outros não ocupavam espaço. Podia ouvi-los o dia todo, das mais diferentes pessoas, em quaisquer lugares. Por maiores que parecessem, assim que entravam em meus ouvidos, encolhiam a ponto de quase desaparecerem. Eram guardados em uma caixinha mínima, só para o caso de a pessoa que o compartilhou precisar dele em algum momento. Em compensação, meus próprios segredos, continuavam a crescer, ocupar espaço, fazer barulho, atrapalhar.
Brigadeiro virou açúcar. Muitos sacos de bala, tabletes de chocolate, bolos, latas de leite condensado e potes de sorvete depois, eu tinha agora três problemas: um mundo de segredos apertados dentro de mim, um monte de pessoas do lado de fora dizendo que estava doente e todo um guarda-roupas cheio de peças que não cabiam mais.
As roupas apertadas incomodaram. Ter que me deitar na cama para abotoar o zíper da calça, dois manequins maiores do que o meu, foi o limite. Hora de cortar o açúcar da dieta. Primeiro dia, consegui. Segundo dia, não dormi. Terceiro dia, armou-se o conflito: meus segredos se revoltaram, armaram barricada e estavam prontos para abrir fogo contra mim. Se pensaram serem mais fortes do que eu, enganaram-se. Pote de sorvete com calda de chocolate em mãos, estava pronta para sossegá-los. Mesmo que só por um tempo. Sabia que voltariam. Sempre voltavam... Lembrei-me do zíper da calça. Enxerguei a eterna repetição e entrei em desespero: “O que preciso fazer para sossegarem?!”, “O que vocês querem de mim?!”.
Sair.
Meu corpo tremeu. Fiquei em silêncio total.
Eu tinha agora tinha quatro problemas: um mundo de segredos apertados dentro mim, um monte de pessoas do lado de fora dizendo que estava doente, todo um guarda-roupas cheio de peças que não cabiam mais e uma voz nova, vinda de boca nenhuma, falando em minha cabeça. Calafrio novo percorreu o corpo e coração acelerou. O que era aquilo? Falta de açúcar? Olhei para pote gelado que segurava.
Não adianta.
Deixei o pote de lado como se tivesse levado uma descarga elétrica nas mãos. Medo. Silêncio. Respiração encurtou e senti gotas de suor escorrendo por minhas costas. Mais silêncio.
“Quem é?”. A pergunta surgiu contra a vontade, porque minha mente não foi treinada para sustentar o silêncio.
Seus segredos.
Fechei os olhos, baixei a cabeça, curvei a coluna. Queria mesmo sumir! Por que não levei a sério nenhum dos cursos de meditação começados? Por que me incomodei com as roupas apertadas? Por que perdi a paciência com as vozes conhecidas? Por que me desesperei? Por quê? Socorro! Numa hora dessas, teria evitado essa situação indesejada.
Indesejada mesmo?
Calafrios pelo corpo todo. É claro que indesejada! Só eu sei o tanto que me arrependia do que tinha perguntado. Será que dava para esquecer aquilo tudo e me afogar de novo no açúcar e suas múltiplas variáveis de prazer imediato?
Então, por que perguntou?
Como assim? A tal voz respondia aos meus pensamentos? Óbvio que sim! Se ela estava dentro da minha cabeça, é claro que saberia o que eu estava pensando. Como eu queria apagar tudo e fingir que tinha acontecido. Seria possível?
Fingir sim, sempre; esquecer, não.
Mais calafrios. Parecia que aquilo não ia acabar nunca. O jeito era me recompor. Respirei fundo e ergui a coluna. Só não tive coragem de abrir os olhos. Já que estava ali, seguiria. Era bem melhor falar com uma só voz do que interagir com um estardalhaço de vozes descontentes. Respirei coragem outra vez. Pois bem, qual a alternativa para silenciar vocês? O que querem de mim?
Sair.
Até parece! Balancei a cabeça da direita para a esquerda e vice-versa algumas vezes. Não mesmo. Sair? Para onde? Para caírem no mundo e me fazerem sofrer? Para se exibirem em praça pública, dançarem no meio da sala cheia de visitas ou na mesa da cozinha, bem na hora das refeições familiares? Para me ridicularizarem, zombarem de minhas fraquezas, pisotearem meus sentimentos? Já passei por isso e não é bom. Por que não gostam de mim? Sair como? Por quê? Para quê?
Para você saber que não está sozinha. Nós não fugimos, as pessoas que cuidam da gente de um jeito diferente do que você gostaria. Somos parte sua e, portanto, buscamos guardadores de segredos. Desses que nos recebem sem críticas, que nos ajudam a enxergar o que nossos olhos não veem, que, simplesmente, nos ouvem. Quando saímos, somos capazes de ver nosso real tamanho. Às vezes, somos maiores do que imaginávamos; outras, insignificantes. Não fomos feitos para ficarmos só crescendo, comprimidos. Aqui está apertado, sofrido, vemos muitas variações de nós mesmos se multiplicando a cada dia. Tentamos te mostrar isso de todas as maneiras.
Eu quis deixar vocês livres, mas deu tudo errado!
Nós sabemos. Sentimos muito. Foi ruim para todos. Na verdade, tinha que ser assim para você aprender quem era capaz (ou não) de cuidar da gente do jeito que nós queríamos ser cuidados. Cada um tem seu próprio jeito de lidar com segredos. Você mesma disse que conheceu pessoas que queriam que seus segredos ganhassem o mundo.
Verdade, mas segredo que quer voar livre não é segredo!
Por acaso, só existe um tipo de segredo? Você, que guarda tantos, faça uma lista dos tipos que já ouviu.
Diante do pedido, o jeito era abrir os olhos e pôr a memória para funcionar. Os dedos das mãos me ajudariam na tarefa. Disse a mim mesma um “vamos lá” e comecei a contagem: segredo de namorado, de doença, de aflição, de amizade rompida, de relacionamento, de início de gravidez, de noivado não anunciado, de não gostar do que se faz, de não se saber quem é, de sonhos. Dez dedos completos, reiniciei: de desejos, de casal, de irmãos, de amiga, de pai com filho, de família, de trabalho, de escola, de crianças, de medos. Outros dez dedos completos. Ia para a terceira rodada de contagem. Antes disso, uns pensamentos me vieram na cabeça: tem segredo grade e pequeno, sério e divertido e tem segredo que deveria ganhar o mundo de tão bonito que é! Chacoalhei a cabeça antes de prosseguir: mas que eu não conto, só se a pessoa que me contou deixar.
Tem segredo que deveria ganhar o mundo de tão bonito que é. Quando alguém te contava um segredo desses, que queria voar livre, e você não o partilhava, o que você acha que a pessoa sentia?
– Que eu sabia guardar um segredo. – Disse isso em voz alta.
E a pessoa queria que ele fosse guardado?
– Se não queria, por que me contava?
Porque ele precisava sair. Nesse caso, sair de você também.
– Mas, então, não é segredo! – aumentei o tom de voz e pus as mãos na cintura antes de prosseguir – Segredo é secreto, confidencial, algo que não deve ser dito a ninguém! Só que, ao guardar eu mesma meus segredos, vocês se multiplicam, e me atrapalham, e me tiram o sono, e não ficam quietos, e me enlouquecem!
Cobri meus lábios com uma de minhas mãos. O gesto veio acompanhado de muitas perguntas: O que será de mim depois dessa conversa? E agora? Será que precisarei ser internada em alguma clínica de distúrbios mentais? Nunca imaginei que passaria por isso... Meus segredos em uníssono falando comigo? Dando conselhos? Socorro!
Segredo é complexo, como quem os conta. Se a gente consegue sair, partilhado com as pessoas certas, a gente diminui, acalma, porque, na verdade, não somos tantos assim. Somos poucos, sempre os mesmos, em múltiplas variações.
– Alto lá! Não existem pessoas certas. Eu, por exemplo, nunca encontrei nenhuma! – Isso eu falei em alto e bom som.
Quantas você procurou antes de desistir?
– Muitas!
Quantas?
– Já disse que muitas!
Conte nos dedos quantas.
Não disse mais nada. Comecei logo a contagem nos dedos das mãos. Iria provar para aquela voz irritante que não existem pessoas confiáveis! Pensei em todos os ouvidos para quais confidenciei algum segredo, desde minhas memórias mais antigas. Completei 11 dedos de contagem. Não era possível! Só aquilo? Devia haver alguma coisa errada. Era preciso rever o passado e todas as humilhações, uma a uma. Refiz as contas uma, duas, três vezes. Os mesmos 11 dedos. Se não tivesse remexido todas as minhas lembranças três vezes, continuaria sem acreditar.
Quantas?
– Poucas. – Isso eu disse sem quase ouvir minha voz.
Você já é capaz de perceber os tipos de segredos. Será que consegue perceber os tipos de pessoas que contam segredos?
– Como assim?
Pessoas que também sofreram com segredos que ganharam mundo; pessoas que nem perceberam o segredo escapulido, porque já tinham esquecido o que haviam contado; pessoas que mudaram de ideia no meio do caminho, quer dizer, o que era segredo deixou de ser e o que não era passou a ser...
– Pessoas que dizem que não é para sair contando, mas, elas próprias fazem isso e repetem a mesma coisa para todo mundo; pessoas que acham que tem um segredo e, ao contá-lo, descobrem que o melhor mesmo é resolver o problema com quem o causou; pessoas cujos segredos não são segredos mesmo, mas adoram o tom confidencial; pessoas que precisam de alguém que saiba guardar as mínimas coisas que contam, por menos importantes que sejam, só para se sentirem respeitadas e queridas...
Viu? Somos complexos, iguais a quem nos conta. Hoje é linha reta, amanhã é curva, depois de amanhã é tempo demais para pensar no que virá. Já que você teve tempo de ouvir tantos segredos de tantas bocas diferentes, não quer escolher alguém para nos deixar sair?
– Ai, ai, ai, agora vocês estão abusando! Já não basta se fazerem ouvir, ainda insistem em sair? Não querem mudar de ideia? Todo mundo tem direito de mudar de ideia, até v
Precisamos sair. Já não cabe mais nenhum de nós aqui. Queremos que seja por escolha sua, mas, se não for, sairemos de qualquer jeito, e o estrago vai ser grande.
– Se eu não quiser, vocês não saem de jeito nenhum! – De novo, aumentei o tom de voz, claro. Ousadia demais uma voz representante de meus segredos achar que podia me desobedecer. Pois eu costuraria minha boca fechada, e esses segredos iam ficar presos até o fim dos tempos.
Saímos, mesmo que não em palavras. Seus olhos desesperados, as roupas que não cabem mais, a mania de falar sozinha, isso tudo somos nós nos contando para os outros. Precisamos sair antes de você cair doente.
Olhei para os lados. Onde estava o pote de sorvete? Ali, exatamente no canto em que eu o tinha deixado. Derretido, mas comestível. Solução rápida e certeira.
Você pode nos silenciar quantas vezes quiser. Continuaremos nos multiplicando, cada vez mais apertados, sofrendo, fazendo barulho, até nosso limite. Há um limite.
Com um movimento rápido, peguei o pote e taquei uma colherada cheia para dentro da boca. Horrível. Derretido até daria para comer, mas quente, nem com meu desespero. Desisti do dito cujo. Larguei-o de novo. Suspirei. E agora? Em quem confiaria? Quem seria capaz de guardar um segredo meu? Traições e humilhações eram fogos de artifício explodindo em minha cabeça. Medo. Não queria passar por aquilo tudo de novo...
Pense em alguém que se machucou como você com um segredo revelado. Lembre-se de como você recebeu essa pessoa. Ela se sentiu acolhida? Voltou? Contou para você outros segredos, sonhos, miudezas?
A voz sem boca me tirou dos fogos e levou-me a buscar outras memórias. Várias pessoas foram enfileiradas na tela da lembrança. Precisava achar uma só. Alguém que tivesse sofrido como eu. Encontrei-a. Ela chegou sem alardes e me contou um gosto miúdo, um segredinho. Nem precisou ser reduzido. Coube direto em minha caixinha de segredos alheios e lá ficou. Depois de um tempo, contou-me outro e mais outro. As miudezas foram crescendo e, de conversa em conversa, acabei cuidando dos sonhos dessa pessoa. E das tristezas também. Foi tão bom fazer parte daquela vida...
É ela.
Fui puxada para a realidade quando ouvi a voz de meus segredos. Novo arrepio. Já estava quase me acostumando com esses tremores em meu corpo. Que certezas eu tinha de que aquela pessoa era confiável? Meus segredos juravam que não correriam mundo com ela? Eu queria provas: termo de garantia assinado, com firma reconhecida em cartório.
Faça um teste. Conte-lhe algo que não seja secreto e peça que o guarde. Se der certo, tente de novo; se der errado, procure outra pessoa.
Óbvio que não havia certezas. Nem a voz ousou uma afirmação categórica. Compartilhar um segredo é um risco. Minhas alternativas fizeram-se claras: ou eu me arriscava, ou comprava roupas cada vez maiores, ou viveria trancada num quarto, ou cairia doente, ou acabaria numa clínica para distúrbios psíquicos. Diante de opções como essas, o jeito foi arriscar. Escolhi uma informação qualquer, abracei meu pavor e procurei minha possível interlocutora. A informação saiu de minha boca, entrou no ouvido dela e lá ficou. Mesmo. Para sempre.
Não foi tão simples assim deixar meus segredos saírem. Foram muitos testes de não segredos, balas, fatias de bolos e bolinhas de brigadeiro para acalmar os outros, comprimidos. Mesmo assim, aos poucos, a vida deles foi ficando mais confortável, e a minha também.
Agora eu tinha três problemas: um guarda-roupas cheio de peças que não cabiam, meio mundo de segredos apertados dentro mim, um monte de pessoas do lado de fora dizendo que andava meio esquisita.
Um dia, fui cumprimentada por minha disposição. Perguntaram-me se estava me sentindo bem, pois há tempos não me viam cantarolando. Confesso que não tinha percebido. Olhando o dia em retrospectiva, reparei que não houve excessos de gorduras trans, açúcares ou energizantes. Muita novidade para um 24h. De onde vinha aquilo tudo, se eu continuava levando a vida de sempre? Pesquisei na agenda mental. Fazia uma semana que um segredinho tinha saído e permanecido guardado dentro de quem o recebeu.
De semana em semana, meus problemas viraram dois: um guarda-roupas cheio de peças que não cabiam e alguns segredos apertados dentro de mim.
Sem as vozes fazendo alvoroço em minha cabeça, consegui espaço para pensar nos segredos que continuava ouvindo e nas pessoas que os contavam. Quem eram e o que realmente queriam. Aprendi a deixar os segredos das pessoas que não tinham segredos ganharem mundo. Consegui não me irritar com aquelas que pediam para guardar um segredo que elas mesmas espalhavam. Soube reconhecer o segredo que é só desabafo ou vontade de passar para frente notícia ruim. Os segredos que queriam mesmo ser guardados, esses, eram meus velhos conhecidos. Cuidei deles do jeito de sempre.
Encontrei outras pessoas com quem partilhar meus segredos. Tornei-me especialista em fazer testes. Nem sempre davam certo, mas não machucavam mais, afinal, se ganhavam mundo, nem segredos eram.
Meu problema agora reduziu-se a um: poucas roupas ainda apertadas. Como demorava para tirar do corpo os excessos de segredos silenciados!
Elissa Khoury
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